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Novo Dicionário Amoroso do Brasil

Posted by on 12/02/2018

Se olharmos para 2050, a população economicamente ativa brasileira vai crescer algo em torno de 0,6% ao ano, e a população idosa algo em torno de 4,2% ao ano. Ou seja, há uma diferença de 3,6 ponto percentuais entre os potenciais beneficiários e os potenciais contribuintes. Isso é alarmante”, afirma o economista Luís Eduardo Afonso, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e especialista no tema. “Se o Brasil ainda hoje é um país relativamente jovem temos um ritmo de envelhecimento mais acelerado que o dos países europeus no passado. Isso nos obriga a tomar medidas mais rápidas, alerta.

Trecho do artigo “Ainda não será desta vez” publicado na Revista da CAASP de fevereiro de 2018

Com apenas 50% de índice de coleta de esgoto e 42% de tratamento, o Brasil tem redes com ociosidade. […] Os motivos são variados. Alguns não querem pagar a tarifa do serviço, outros são resistentes a mexer na estrutura da casa e também há quem reclame da falta de dinheiro para fazer a conexão.

Trecho do artigo “Esquecidas, redes de esgoto estão sem uso”, publicado no jornal o Estado de São Paulo em 11 de fevereiro

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estão em operação no país 82 usinas de energia solar com capacidade instalada total de 965.325 quilowatts (kW), que representam 0,61% da matriz energética do país.

Trecho retirado do artigo “Alternativa caseira” publicado no jornal O Globo em 11 de fevereiro

Luxúria tropical em São Paulo – foto da autora

    Prezados leitores, na semana passada propus algumas perguntas e ofereci para cada uma delas quatro respostas. Nesta semana, proponho perguntas abertas a respeito de temas gerais que deverão – ou deveriam – ser tratados nas eleições presidenciais de outubro deste ano e sobre os quais seria recomendável que os candidatos tivessem, se não um plano detalhado de como tratá-los, ao menos as linhas gerais.

    Supondo que a reforma da Previdência intentada pelo presidente Michel Temer seja aprovada neste ano antes das eleições, quais medidas serão tomadas para que o aumento na idade mínima de aposentadoria possa realmente ser praticado? Haverá políticas do Ministério da Saúde visando um aumento do cuidado preventivo com a saúde da população para que o tempo de vida útil do trabalhador aumente? Será que no frigir dos ovos a reforma da Previdência simplesmente aumentará o número de casos de aposentadoria por invalidez como uma “gambiarra” para o trabalhador conseguir garantir uma renda para si quando estiver incapaz fisicamente de continuar trilhando o longo caminho traçado pela reforma rumos aos proventos da inatividade? Haverá políticas do Ministério do Trabalho de reciclagem de trabalhadores que exerciam ofício manual e que para continuar contribuindo para a Previdência teriam que trocar de profissão de modo a exigir menos esforço físico do corpo já afetado pelo desgaste da idade? Será que os formuladores da reforma da Previdência têm alguma visão estratégica sobre como o Brasil vai enfrentar o imenso desafio do nosso envelhecimento acelerado ou simplesmente quiseram propor alguns remendos para garantir aos credores da dívida pública que o déficit da Previdência poderá ser manejado ao longo dos próximos anos para que não deixemos de honrar nossas obrigações financeiras? Será que quando o projeto virar lei haverá um esforço coordenado das várias áreas do governo para que a reforma não seja um mero expediente fiscal e transforme-se em uma política social visando o aumento da expectativa de vida e das condições de saúde dos brasileiros? Considerando o quanto a qualidade de vida na terceira idade é afetada pelo ambiente em que o indivíduo vive, será justo estabelecer uma idade igual para todos os brasileiros aposentar-se sem levar em conta as dificuldades que os menos abastados terão para conseguir ser longevos?

    Já que a reforma da Previdência requer, para que dê certo, políticas de saúde, é pertinente perguntar: quando começaremos a tratar o saneamento básico como questão de saúde pública? Será que vamos aceitar de braços cruzados a dengue, a chikungunya, a zika e a febre amarela como fatos inevitáveis do ambiente tropical ou vamos tratar os investimentos na coleta e tratamento de esgoto com a devida seriedade? Será que veremos versões mais letais da dengue aparecer nas cidades brasileiras a cada verão e simplesmente colocaremos nossas esperanças em alguma vacina criada na Fundação Manguinhos ou na Fundação Bill e Melinda Gates?  Ou vamos sair por aí matando os últimos macacos da Mata Atlântica para livrarmo-nos da febre amarela? O que temos de tão imediatista em nossa cultura que nos fez aceitar os investimentos na construção de estádios para a Copa do Mundo e da Vila Olímpica no Rio de Janeiro sem que cobrássemos uma solução para o flagelo ambiental, epidemiológico e social que é a falta de saneamento básico no Brasil? Será que só lembraremos dos nossos problemas de saúde pública quando tivermos surtos de doenças relacionadas à sujeira e teremos que correr aos postes de saúde?

    Nossa primeira imperatriz reclamava dos mosquitos do Rio de Janeiro, mosquitos que até hoje causam-nos dissabores ao transmitir as doenças citadas acima. Mas os trópicos têm sol o ano todo. Quando começaremos a aproveitar de fato nosso potencial de geração de energia solar? Quando começará a fazer parte das políticas de governo incentivar a instalação de equipamentos de captação da radiação solar? Por que não há oferta de crédito a juros subsidiados a pessoas físicas que queiram transformar sua residência em geradora de energia? Não seria uma questão de segurança nacional termos esse tipo de fonte energética acessível? Será que há interesses velados que impedem que possa ser dada a devida prioridade a uma matriz energética de tão óbvia utilização em um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”? Por que os investimentos em termoelétricas poluentes são maiores do que aqueles em usinas de energia solar? Por que ainda insistimos em executar soluções importadas de fora sem levarmos em contas peculiaridades e potencialidades do nosso meio tropical? Será que podemos estar certos de que nunca mais haverá choque do petróleo como houve na década de 1970?

    Prezados leitores, já seria alvissareiro se ao menos uma parte desses temas fosse tratada em outubro. Infelizmente, pelo andar da carruagem das disputas entre as diferentes tribos que compõem este país, tudo ficará resumido a um embate entre os populistas que querem usar o Estado para fazer justiça social e os proponentes do realismo fiscal, que querem que priorizemos o corte das despesas públicas para manter a inflação sob controle e garantir nossa solvência, impedindo assim que a nota do Brasil seja rebaixada pelas agências de risco. Será que algum candidato será capaz de evitar essas armadilhas à esquerda e à direita e oferecer uma visão estratégica de aonde devemos caminhar nas próximas décadas? Ou será que só teremos candidatos cuja única estratégia será a de falar as coisas certas para agradar determinados grupos de eleitores sem tratar do que realmente importa para o Brasil como um todo? Será que só teremos apagadores de incêndio com visão de curto prazo sobre o que fazer para evitarmos catástrofes, como fuga de capitais, quebradeira dos governos estaduais, inflação ou desemprego ou teremos algum candidato que pensa no Brasil de 2050? Será que o nosso presidencialismo de coalizão, feito pela busca de uma acomodação dos interesses conflitantes, permite que o líder do Executivo tenha outra atitude que não a de contentar-se simplesmente em conseguir nomear ministros na base do toma lá dá cá? Enfim, será que teremos mais uma luta livre entre os defensores e os detratores do carnaval, os detratores e defensores da Lava-Jato, os defensores e detratores do legado de Lula? Aguardemos as respostas ou a falta delas a partir do início da campanha eleitoral.

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